DISCIPLINA: "EDUCAÇÃO ESPECIAL/INCLUSIVA: POSSIBILIDADES, AVANÇOS E DESAFIOS".
A organização da Educação Especial segue a seguinte cronologia:
1891 - Instituto Benjamim Constant / Educação para cegos.
1957 - Instituto Nacional de Educação para os Surdos
Estas instituições seguiam o modelo frances de educação. Eram escolas residenciais (alunos de 7-14 anos), para formação profissionalizante e com professores especializados.
Deficientes mentais: ligados aos hospitais, exclusão social, apenas a area da saude seriam capazes de lidar com esses individuos.
Transformação na Educação Especial: Décadas de 1960 à 1980.
Educação ainda baseada na visão médica e assistencial.
A partir da LDB/81: Integração da saúde com a educação.
- Escolas especiais: Espaços para determinadas deficiencias que contavam com profissionais da saúde que orientavam a atividade pedagógica; programas curriculares reduzidos por "enxergar" a incapacidade do aluno; materiais didáticos especiais e sem a busca pelo desenvolvimento do raciocínio.
* Surdo: Busca pelo aprendizado da fala para desenvolvimento da escrita e cada série com duração de dois anos.
- Salas especiais: Espaços dentro da escola que eram destinadas a alunos especiais, com diversas faixas etárias e graus de desenvolvimento, separadamente dos demais alunos.
- Instituições especializadas: Inicialmente com déficit intelectual, mais tarde integrando cegos e surdo. Contam com profissionais da saúde como parceiros dos profissionais da educação.
Nestes espaços, os alunos não recebiam certificação e, assim, tinham dificuldade em se inserir na sociedade e no mercado de trabalho.
Principio da integração: Estudar em escolas regulares, ambientes inclusivos, materiais didáticos iguais. Ficava imposta aos demais alunos a integração do aluno especial.
Integração: Educação com qualidade para todos.
Formação dos profissionais; Acessibilidade arquitetonica; Apoio especializado em outros turnos;
Atualmente, a inclusão tem sido vista apenas como meio de socialização e não de formação. É necessário que, em sala de aula, os alunos especiais tenham atividades adequadas às suas habilidades de acordo com a sua necessidade, visando o seu desenvolvimento pleno. O apoio especializado em diferente turno da aula também é preciso, assim como o comprometimento do professor em sala.
Eu tenho alunos de inclusão nas escolas que atuo e gostaria de compartilhar uma situação em especial: Um dos meus alunos tem disgrafia e TDAH. Não há diagnostico médico, mas todos nós professores já conseguimos identificar suas dificuldades e as características de sua deficiência. Em conjunto, o corpo docente procurou os pais para sugerir que procurassem um profissional para diagnóstico. Isso porque a escola EXIGE que o aluno tenha LAUDO MÉDICO para que seja enquadrado na "categoria"(pois é desta maneira que a direção enxerga) de NEE. Mas minha preocupação vai mais além. Os pais se recusam a levar o aluno à um profissional. Eu sempre tive a visão deste aluno como a de uma criança que teria inúmeras dificuldades de aprendizado pois, sempre que eu passava algo na lousa, ele não escrevia direito e era impossível compreender a sua escrita (nem ele mesmo entende). As primeiras provas confirmaram minha visão. O aluno teve notas baixíssimas e cada vez o via mais desmotivado. Um dia decidi realizar uma atividade diferente: Em grupos, os alunos fariam uma redação única sobre algumas guerras ocorridas no século XX. Foi quando eu me surpreendi. Este aluno adorava guerras e conhecia tudo o que havia acontecido nas duas Grandes Guerras e ele contava para os colegas de classe as histórias com riqueza de detalhes. Vi, ali e naquele momento, um aluno sendo desperdiçado pela burocracia e gestão escolar. Um aluno como este, se realizasse suas provas oralmente, poderia obter excelentes resultados. Levei a questão à coordenação, mas não obtive sucesso: "O aluno precisa ter laudo médico para que realize suas atividades e avaliações de forma diferente dos demais.".
Sinceramente, não sei se a instituição está errada ou se os pais estão errados. O que me aflige é que eu sei como obter melhores resultados deste aluno e não posso colocar em prática isso. E o que me preocupa é que, diante deste impasse, quem perde é o aluno e possivelmente este mesmo aluno não encontrará na educação sua formação, levando ele a simplesmente cumprir uma obrigação.
A revisão da gestão escolar, dos conteúdos curriculares e da educação inclusiva é uma necessidade IMEDIATA e, principalmente, fundamental pra formação de uma sociedade democrática.
Para reflexão, ao invés de imaginar uma sala de aula inclusiva... Imagine uma sala dos professores como a exposta na imagem abaixo. E se fosse qualquer um deles?