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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Vídeo-aula 28: O professor não pode estar só. O espaço interdisciplinar e com a comunidade.

Disciplina: Educação Especial/Inclusiva: possibilidades, avanços e desafios.

O professor precisa ter apoio de toda a equipe escolar para que o seu trabalho tenha sucesso no objetivo de formar o aluno com NEE. Para tal, é imprescindível que a gestão escolar busque recursos, parcerias, dê suporte e tenha formas de ação conjunta que propiciem a realização efetiva deste trabalho.


Para fortalecer esta ideia, seguem as citações da professora durante a aula que apresenta um comparativo entre uma "gestão multidisciplinar" e uma "gestão interdisciplinar":


“No atendimento multidisciplinar a criança e o adolescente podem ser vistos de modo fragmentado, com possibilidade de repetições nos atendimentos e lacunas nas ações”.

“No atendimento interdisciplinar há um compartilhamento de saberes, ampliação de perspectivas e possibilidade de compreensão da criança e do adolescente em sua complexidade e potencialidade.”

A Constituição de 1988 garante o acesso e a permanência na escola como direito de todos. Na prática, esta não é a realidade da maioria de crianças e jovens que apresentam necessidades educacionais especiais. É nossa responsabilidade como educadores agirmos em função desta mudança.

Vídeo-aula 27 : O professor não pode estar só: parcerias dentro da escola.


Disciplina: Educação Especial/Inclusiva: possibilidades, avanços e desafios.

O professor não pode quedar solitário no processo de inclusão de alunos com necessidades especiais. Por mais que a educação dispense cada vez mais atenção e leve estes casos a sério, é preciso um acompanhamento.

A família precisa trabalhar junto com a escola, conhecendo bem o trabalho dos professores e passando o feedback dos avanços daquele aluno, bem como, se solicitado, procurar médicos ou psicólogos que permitam descortinar qualquer bloqueio que possa existir na formação educacional.

As crianças com necessidades educacionais especiais devem ter suas capacidades e interesses atendidos e suas habilidades reconhecidas para que não só as suas necessidades educativas sejam identificadas, mas também que os recursos utilizados sejam apropriados.

As demais crianças devem ter atendidas a sua curiosidade e o seu  interesse e devem ser incentivadas ao respeito pela diferença. Para tanto, o professor deve estabelecer com seus alunos regras básicas de convívio, através da reflexão conjunta.

A comunidade e os demais alunos também devem aceitar o aluno em inclusão e respeitar suas necessidades especiais.

Jogo de integração realizado em escola da rede pública na cidade de  Parauapebas/PA

Vídeo-aula 26: Professor autor

Disciplina: Profissão Docente

Deve o professor ser autônomo, pensante, um espírito independente e livre capaz de inspirar seus alunos. Estes, farão a leitura, não só do que o professor está dizendo, mas também do modo como se comporta, de como fala e de suas ações.



Formar para a autonomia e para a critica requer uma postura modificada do professor. A grande beleza está em perceber-se diante da liberdade de produzir formas de trabalhar com seus alunos que modifiquem a situação até hoje existente em nossas escolas: a de submissão. A autonomia docente não se conquista sem um estilo próprio de ensinar. Produzir uma ruptura com o que existe, surpreender para sair do lugar comum, criando assim, novas idéias e convicções pessoais.



“A autoria está muito ligada ao exercício da liberdade. O criador é livre, cria as próprias regras do seu fazer. Ele cria sintonia, entra em êxtase – produção misteriosa, as próprias cores querem ser pintadas. E isso deve estar presente na sala de aula. Quando o professor está acorrentado, fatalmente, isso recairá sobre os alunos.”

Vídeo-aula 25: Professor pensador


Disciplina: Profissão Docente
Começo com as citações utilizadas pelo professor:
  • “O homem naturalmente quer saber.” (Aristóteles)
  • “Tu és a tua própria lição de casa.” (Franz Kafka)
  • “É o choque do imprevisto que nos obriga a pensar, que nos comove inteiramente, que nos deixa perplexos, que nos leva a problematizarmo-nos, a pensar o que até agora não podíamos pensar.” (Walter Koan)
  • “O exercício da curiosidade, da reflexão e do diálogo com o extramental nos leva ao momento das decisões”
Somos seres receptores que aprendem o conteúdo e, a partir dele, refletimos e assimilamos. Assim exercemos a curiosidade e a reflexão.
Quando assimila, que etimologicamente significa tornar-se semelhante, nos tornamos semelhantes ao que conhecemos, aprendemos, e então renascemos (em francês a palavra tem esse significado).
Faz parte do ser humano a curiosidade insaciável, o pensamento vivo, dialogante, inquieto. A educação exige, dos professores e dos alunos, mente aberta para novas percepções e para sempre reciclar e construir novos conhecimentos. O  diálogo é um dos maiores instrumentos para ampliar os horizontes de forma não-linear. Assim, devemos suscitar mais curiosidade, mais perguntas, pois nisso consiste o trabalho docente com nossos alunos.

Finalizo, novamente, com a citação do professor:
“Se ler é assimilar, eu me transformo um pouquinho naquilo que li, eu apreendo e assimilo um pouco a visão de mundo e com isso amplio, revoluciono a minha visão de mundo. Essa é a relação que há entre leitura e pensamento. Eu leio não apenas para decifrar, mas para compreender a leitura e o que vai além da leitura, para me compreender.”

Vídeo-aula 24: Modelos de ensino: das concepções docentes às práticas pedagógicas

Disciplina: Educação Especial/Inclusiva: possibilidades, avanços e desafios.


A maneira como se pensa a educação se transformou, assim como a questão da organização escolar e o atendimento às necessidades especiais. Uma das principais transformações que pode-se perceber é que o direito à educação especial/inclusiva está garantido por lei, como na LDB e no ECA.
Vivemos um momento de quebra de paradigma, pois antigamente a educação era designada a padronização dos alunos, que eram vistos com homogeneidade. Não há espaço para a padronização hoje, pois ela se opõe diretamente à diversidade, à diferença, à singularidade de cada ser que deve ser respeitada. Ainda há relutância no que diz respeito à esta transformação que a educação têm vivido, porém ela fortifica a inclusão e garante o direito de educação a todos, prezando a convivência democrática.


Na educação especial/inclusiva temos como protagonistas: o aluno com NEE, os pais, os professores e os profissionais de saúde. Cada qual com sua visão, suas dúvidas e desafios. Mas é a união destes protagonistas que pode garantir que a educação especial/inclusiva seja de qualidade. Ainda neste contexto, é necessário e possível buscar o apoio dos demais alunos, os outros pais, professores da equipe, demais funcionários da escola e equipe gestora. Todos devem trabalhar em harmonia pela eficácia do processo de desenvolvimento deste aluno e, claro, dos demais.


Eu tenho um aluno portador de deficiência física em uma das minhas sala. Ele não tem o braço esquerdo. Eu fiquei impressionada no primeiro dia de aula com a naturalidade como os alunos o tratavam e, confesso que eu "de cara" não agi da mesma forma. Com esse meu depoimento, quero mostrar que o "problema" muitas vezes está em nós mesmos por não sabermos enxergar a diversidade como algo natural. Mas acredito que isso é uma questão de tempo, de assimilar as transformações sociais e culturais que vêm ocorrendo. Há pouco tempo atrás, não conseguíamos olhar um negro sem o padronizá-lo como inferior e, mesmo que ainda haja preconceito, os E.U.A. - a maior potência econômica mundial - tem um presidente negro.

A inclusão precisa ser pensada como uma articulação de diferentes profissionais, de diferentes áreas, num trabalho coletivo, mas não se restringe a estes e engloba toda a equipe escolar e sua comunidade. Reflita sobre a imagem abaixo:

Vídeo-aula 23: A educação de pessoas com necessidades especiais é de fato ineficaz?

Disciplina: Educação Especial/Inclusiva: possibilidades, avanços e desfaios.

A educação vêm sendo tratada por muitos anos como homogênea. A ideia de que a educação é linear e a compreensão/assimilação dos alunos é igual fere a realidade da diversidade. Quando digo realidade, não quero apresentar esta como atual, mas sim lembrar que as diferenças, deficiências e necessidades especiais sempre existiram, embora na maioria das vezes tenham sido ignoradas ou tornaram-se invisíveis.
Por isso abordar o tema educação especial/inclusiva é tão complexo, mesmo que seja relevante e pertinente.    Desde que o indivíduo seja respeitado na sua singularidade, é possível alcançarmos resultados positivos na educação. E perceba, não falo de deficiência, NEE neste ponto, falo de diversidade. E se todos somos diversos, porque não respeitarmos essa realidade? 

Se existe educação direcionada aos alunos tidos como "mais inteligentes", porque não há por parte do professor um direcionamento ao aluno especial?
Eu acredito em uma visão, que pode até estar errada, mas é baseada no meu convívio escolar. Não há esse direcionamento pois "dá mais trabalho". E como já vimos em aulas anteriores, muitos professores estão desmotivados. E é necessário comprometimento e dedicação do professor para o desenvolvimento da criança com NEE.


Assim, escola e professores são agentes fundamentais no processo de ensino/aprendizagem deste aluno. Deve-se estar preparado para lidar com as situações adversas, propiciar ambientes, tecnologias e suporte para que as múltiplas necessidades sejam atendidas afim de desenvolver plenamente este aluno e lhe garantir uma educação eficaz.


Vídeo-aula 22: O professor leitor

Disciplina: Profissão Docente




"Um leitor inteligente descobre frequentemente nos escritos alheios perfeições outras que as que neles foram postas e percebidas pelo autor, e empresta-lhes sentidos e aspectos mais ricos." (Michel de Montaigne)



"Ler é sonhar pela mão de outrem. Ler mal e por alto é libertarmo-nos da mão que nos conduz. A superficialidade na erudição é o melhor modo de ler bem e ser profundo." (Fernando Pessoa)


Vídeo-aula 21: A complexidade da constituição docente


Disciplina: Profissão Docente

Temos acompanhado nas últimas vídeo aulas a complexidade do ser humano/aluno. Esta é a hora de compreendermos o professor como um ser complexo também. São vários os fatores que implicam na formação deste profissional. O professor lida com seus saberes, formais e informais, além de ter a responsabilidade de lidar com os saberes do próximo (aluno) e relacioná-los, realizando assim o que compreendemos como ensino/aprendizagem. 

Perspectivas teóricas do trabalho docente
- Disponibilidade pessoal para renovar o trabalho: professor aberto para mudanças;
- luta pela valorização do ensino e a constituição de um trabalho coletivo: lutar por uma condição política de valorização de seu trabalho;
- afirmar-se como sujeito do conhecimento: aquele que quer aprender;
- colocar-se como sujeito que define caminhos e cria alternativas.

Desafios em face da realidade
- A difícil construção de um ensino de qualidade;
- a desvalorização do ensino e o desinteresse dos jovens pelo magistério.

Os dados apresentados nesta aula indicam que , em 2005, 103 mil professores foram formados no país. Em 2009, foram apenas 52 mil. Estes índices demonstram o desinteresse nos jovens pela carreira docente.

Tenho 34 anos e ingressei na graduação em História no ano de 2008. Éramos uma classe de 9 alunos. Essa foi a realidade que presenciei, sendo que as demais licenciatura contavam com os mesmos números ou até menores de ingressantes. Há um completo desinteresse pela educação atualmente. Em sala de aula, pouquíssimos alunos meus, do Ensino Médio, demostram qualquer interesse pelas Licenciaturas ou pela Pedagogia. Ser professor não é mais atrativo, principalmente se relacionarmos a profissão às diversas manchetes que são vinculadas à mídia sobre salários, benefícios e a responsabilidade da carreira. Vivemos em um mundo capitalista, onde o que vale é o quanto se ganha para se poder consumir e não onde se exerce a profissão que prezamos e somos remunerados de forma justa pelo exercício do nosso ofício.

Dimensão técnica do trabalho do professor
- compreender, aplicar, problematizar e refletir. O professor deve transformçar a produção teórica em prática pedagógica.

Dimensão pessoal do trabalho do professor
- falta de autonomia, sobrecarga e desmotivação. Mais do que ensinar, o professor deve educar, compreender, estabelecer relações. A frustração costuma ser muito grande.

Posso dizer, no meu caso, que tenho muito orgulho da minha profissão. Acho que ser professor é muito mais que uma profissão e que requer dedicação. Encontro muitos profissionais que estão neste caminho, mas não é o que gostariam. Fico triste com essa realidade, pois já tive diversos empregos e sei o quão ruim é para o ser humano não ser realizado no que faz. Felizmente eu sou. Posso não concordar com remunerações, saber que enfrentamos diversos percalços, mas acredito na educação e na minha profissão e sei que isso faz a diferença.

Para finalizar, uma citação:
Verdades da Profissão de ProfessorNinguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Vídeo-aula 20: A complexidade no estudo dos processos desenvolvimentais humanos

Disciplina: Educação Especial/Inclusiva: possibilidades, avanços e desafios

O desenvolvimento da criança ainda é visto como um processo apenas biológico por muitos. Porém, estudos vem expandindo essa visão, de modo que o processo deste desenvolvimento seja enxergado de forma mais complexa.
O desenvolvimento do ser humano não se dá apenas por ele mesmo, mas sim pela interação com o outro(s) e o seu(s) ambiente(s). Esta rede, de pessoas e ambientes, que o cercam é o que realmente o desenvolve, o forma e o mantém em progresso.
Esse desenvolvimento precisa ser compreendido nos âmbitos biológico, psicológico, social e cultural. Assim,  desta forma complexa e múltipla, que se dá a formação do ser humano.
Em relação ao professor, cabe a este reconhecer esta complexidade em si e no próximo (aluno). Desta maneira o ensino/aprendizado pode ser eficaz, prezando a diversidade e fortalecendo a igualdade.


Vídeo-aula 19 : O todo pela parte

Disciplina: Educação Especial/Inclusiva: possibilidades, avanços e desafios.



" Eu já entrei vinte vezes no escritório do psicanalista
  Depois paguei ao médico e depois fui ao dentista
  Para ver o que eu tenho e não consigo dizer.
  Perguntei a toda gente que passava na rua
  Ao patrão, à minha sogra, à São Jorge na lua
  Mas nenhuma dessa gente conseguiu me responder.
  Por causa disso eu fui pra casa e fiquei pensando
  Se era eu que estava errado com as minhas maluquices
  Ou se era o mundo todo que estava me enganando. 
  Arrumei as malas
  Deixei as perguntas na gaveta
  Procurei saber o horário do próximo cometa
  Me agarrei em sua cauda e fui morar noutro planeta."

  (Raul Seixas)


Vídeo-aula 18: A escola e as instituições culturais


Disciplina: Profissão Docente

É importante que se trabalhe os conteúdos curriculares relacionando ao conteúdo cultural de instituições como museus, galerias e casas de cultura.
Hoje em dia, este trabalho pode ser realizado tanto com visitas presenciais como virtuais. E os programas oferecidos por estas instituições são de extremo valor e absolutamente integráveis aos conteúdos tradicionais. Esse tipo de trabalho só dinamiza mais o ensino/aprendizagem, como também amplia o conhecimento do aluno que passa a desenvolver seu conhecimento a partir de vários objetos, não se atendo apenas ao livro didático, à lousa ou ao discurso do professor.
Esse é o tipo de atividade que também fortalece no aluno o sentido de valorização da produção humana, do patrimônio cultural e é fundamental para que este aluno se sinta motivado a realizar sua própria produção. Além disso, expande a visão de mundo do aluno e o apresenta às artes e à diversidade profissional que existe.
Além das instituições mais tradicionais, nós temos também a arte jovem - como o grafiti - que atinge diretamente o jovem e pode ser relacionada à formas de expressão utilizadas em outros períodos.
Tenho dois tipos de visitas que já realizei com os meus alunos para compartilhar:

Já os apresentei ao Museu do Homem Americano, que tem uma cultura muito rica pré-histórica do homem, e é muito estimulante para os alunos por é uma visita virtual e eles próprios, com minha mediação, escolhiam os caminhos do roteiro que gostariam de seguir. 

A outra visita que fizemos foi ao Catavento (SP), onde os alunos puderam fazer um roteiro rico, com monitores, integrando Geografia e Ciências. Segue abaixo uma foto de nosso passeio.

Vídeo-aula 17: O professor e a cidade educadora

Disciplina: Profissão Docente

A região, a cidade na qual moramos faz parte de nosso cotidiano, porém nem sempre a percebemos ou a compreendemos. Pouco sabemos sobre a sua história, sua formação, suas bases e transformações.
A Educação deve mediar o conteúdo informativo que o entorno nos fornece para aplicá-lo em sala de aula, expandidno o universo cultural dos seus alunos. Os materiais para esse tipo de trabalho é extramento diverso, pois há informações que podem ser obtidas em pesquisas bibliográficas, visitas à locais específicos ou um conjunto de destinos e até com entrevistas à pessoas mais velhas que possuem informação sobre as regiões em uma época mais antiga.
Os conceitos de tombamento e patriomônio histórico também podem ser trabalhados em sala, fazendo com que o aluno perceba a importância à preservação, à restauração e a história de sua própria comunidade.
Para que o aluno sinta prazer e entenda-se como parte desta história é necessário que o seu protagonismo seja incentivado. Propondo atividades práticas e reflexivas, o aluno consegue desenvolver seu senso crítico e seu aprendizado próprio. Assim, o papel do professor, como mediador/interventor, é o de relacionar esse conhecimento de entorno, com o conteúdo curricular e o cotidiano atual do aluno. 
A minha região (Baixada Santista) é riquíssima para este tipo de trabalho. Eu, particularmente, sou uma bem-aventurada neste sentido, principalmente, por lecionar História. Santos e São Vicente (SP) são cidades que apresentam um contexto histórico brasileiro em sua arquitetura que propiciam um valor e um conhecimento fundamental para quem reside ou não na região. Existem diversos roteiros turísticos divulgados pelas duas cidades, mas como professora já realizei diversas atividades de pesquisa de campo nesta região. 


Ótimos exemplos são: o Engenho dos Erasmos, o Centro Histórico (com parada na Bolsa do Café), o passeio de Bondinho que permite conhecermos várias construções comerciais e econômicas de Santos, a Casa Martim Afonso e a visita à Biquinha (fonte de agua mineral).
Esse tipo de conhecimento fica arraigado no aluno quando feito de forma dinâmica e informativa, pois o alunos se reconhece como pertencente a esta história (Brasil) e principalmente, passa a valorizá-la e respeitá-la. 

Em uma visita de campo também conseguimos atingir o objetivo de formação cidadã e crítica de nossos alunos. Abaixo segue uma foto minha com alunos na Bolsa do Café, em Santos:

Vídeo-aula 16: Trajetórias escolares de deficientes e a EJA: a questão do fracasso escolar.

Disciplina: Educação Especial/Inclusiva: possibilidades, avanços e desafios

Sobre a modalidade de ensino EJA é importante ressaltar:

  • A LDB de 96 no artigo 37, constitui a EJA como modalidade de ensino utilizada na rede pública no Brasil, para propiciar a educação de jovens e adultos.
  • O parecer CEB n. 11\2000 traz orientações sobre a organização e a função dessa modalidade de ensino.


Esta vídeo aula baseia-se em duas pesquisas: 

  • Investigar as matrículas de jovens com necessidades especiais na modalidade EJA nos últimos 10 anos 
  • A trajetória escolar de portadores de deficiência.



A primeira pesquisa realizada na rede municipal de ensino evidencia que as matrículas na modalidade EJA tiveram uma redução, porém houve um aumento no número de jovens com NEE ingressantes. 
Já com o relato de pessoas com NEE, obtidos na segunda pesquisa, fica visível a necessidade de maiores investimentos na área da educação inclusiva, ao deparar-se com a trajetória de uma jovem que sendo deficiente física e com seu cognitivo preservado chega ao EJA apenas com 28 anos.


Com base nas duas pesquisas realizadas, seguem os dados obtidos:

- falta de registros e dados nas escolas;
- os alunos de EJA são compostos pela e na diversidade, vindos das camadas mais empobrecidas e marginalizadas (negros, idosos, trabalhadores rurais, alunos com NEE, etc);
- cada vez mais os jovens com NEE fazem parte dessa modalidade de ensino;
- 43% desses alunos tem deficiência mental;
- 18% desses alunos tem deficiência auditiva;
- 51% vem de escolas especiais;
- dificuldade de identificar a deficiência;
- 5% estão em escolas especiais;
- 26% de escolas municipais não públicas;
- trajetória de alunos com necessidades educacionais especiais em EJA;
- a permanência dos alunos em EJA era de três anos na mesma etapa;
- 0,42% apenas conseguiram certificação.

Alunos da modalidade EJA devem compartilhar da mesma educação de qualidade, para todos e para a formação de um cidadão pleno que buscamos em todas as modalidades de ensino até o presente momento. Esta é a maneria correta de se agir para alcançarmos uma sociedade justa e igualitária.

Vídeo-aula 15: Como anda a educação especial no país??


Disciplina: Educação Especial/Inclusiva: possibilidades, avanços e desafios

O MEC apresenta um índice alto de matriculas de alunos com NEE no ensino regular, o que reafirma a procura pela escola regular e não mais pela escola especializada. Apesar deste crescimento nas últimas décadas, ainda existem muitas crianças que estão fora desta escola, pois não há estrutura para o atendimento destas.

Esta estrutura ainda é falha nas escolas regulares, sendo que apenas em escolas especializadas traçam os perfis destes alunos com NEE. E com esta falta de informação a escola regular não se encontra preparada para a recepção destes alunos. Os próprios diagnósticos, ou falta deles, ou diversidade deles, apresentados nas escolas regulares não habilitam esta a se preparar para o atendimento dos alunos.
É necessário que o diagnóstico seja realizado SEMPRE por um profissional de saúde para que a atividade pedagógica seja pertinente a necessidade de cada aluno, respeitando a diversidade de cada aluno.
A demanda de alunos com NEE é, em maioria, do sexo masculino. Para que esse fato seja realmente preciso, é necessário reavaliar se o que ocorre é uma EXCLUSÃO MAIOR, como de: ser do sexo feminino, ser deficiente do sexo feminino ou se a ideia do menino problematico, transformou-se em "aluno deficiente".
A educação para alunos especiais se apresenta ainda de forma limitada, onde o índice destes alunos no Ensino Médio é muito baixo, certificando que o aluno com NEE, às vezes, se quer completa seu Ensino Fundamental.

Estes dados apresentam a fragilidade sofrida pela Educação Especial/Inclusiva. Ainda que se haja uma legislação e um investimento governamental, o país não atende a demanda real destes alunos. O papel do professor é imprescindível neste quadro, já que este pode intervir em uma educação efetiva destes alunos e que a educação REALMENTE atinja a todos e com qualidade. Só assim, os indivíduos com NEE podem realmente ter uma formação plena, para que possa ser inserida na sociedade atual.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Vídeo-aula 14: Processos de aprendizagem e implicações para a prática docente

DISCIPLINA: PROFISSÃO DOCENTE

Ainda lida-se com os chamados "Mitos da Aprendizagem". Nesta aula, pode-se identificar alguns deles como: 

  • A aprendizagem é consequência do ensino. 
  • O aprendizado em realizada em etapas, como subir uma escada. Segue-se um único caminho, por partes e com a necessidade deste ser dividido em blocos.
  • Aprender é diferente de usar o conhecimento.


Para Vygotsky, a aprendizagem é dependente do contexto sociocultural do sujeito/aluno. Desta forma, foram previstas instâncias relacionadas aos processos de aprendizagem:

  • A aprendizagem está na relação com o outro e ela se dá num universo sociocultural.
  • O conhecimento científico nem sempre é integrado a este universo.
  • O papel da educação está em relacionar estas diversas esferas.


O conhecimento se dá em várias dimensões: cognitiva , afetiva e funcional. E para que a aprendizagem seja plena, são necessárias ações como: interação(encontro com pessoas), mediação(acesso ao conhecimento) e linguagem (instrumento de discussão e reflexão).



Para Piaget, o homem está sempre em busca do conhecimento e da aprendizagem, por ser naturalmente um ser "curioso". Mas a construção de sua aprendizagem é como uma rede e singular pra cada sujeito.



A assimilação do conhecimento pode acontecer de várias formas:
A informação vem e é assimilada corretamente.
A informação vem e não é assimilada.
A informação vem e há uma distorção na assimilação.




Desta forma, o processo de aprendizagem se dá por meio de uma sequência:


  1. Apresentação do problema.
  2. Assimilação com seus saberes.
  3. Elaboração de hipóteses.
  4. Antecipação dos resultados.
  5. Prática/Experiência.
  6. Desapontamento pela Surpresa.
  7. Desequilíbrio Cognitivo.
  8. Assimilação do novo conhecimento.


Para Piaget, toda aprendizagem vem com sofrimento e assim é que se evolui.


Fica para o professor, os seguintes desafios: o ensino deveria seguir a ação e reflexão, com intervenção docente entre a problematização e o resultado real. Assim é possível que o aluno aprenda, use o conhecimento adquirido e forme-se como um cidadão crítico e ativo.

Vídeo-aula 13: A construção do fracasso escolar: os mecanismos do não aprender e os desafios do professor

DISCIPLINA: PROFISSÃO DOCENTE

O fracasso escolar é uma realidade do cotidiano brasileiro, ainda mais quando analisamos indices medidos por provas como SARESP, PISA, IDEB, ENEM e demais VESTIBULARES. Mas o que realmente acontece dentro e fora das escolas que afetam o ensino/aprendizagem?
Como professora, estou acostumada a sempre ouvir professores dizer que "explicam, mas não tem jeito." ou alunos dizerem "mas eu estudei tanto e não entendi nada.".

Existem as ideias difundidas, e porque não dizer "mais práticas", para explicar o que vêm acontecendo em nossas instituições, em nosso corpo docente e discente. São as ideias que tendem a minimizar o problemas, denominadas REDUCIONISTAS:

  • ALUNO E FAMILIA: aluno sem estrutura familiar, família que não dá atenção ao aluno, contexto social (pobreza, comunidade desfavorecida).
  • SOCIEDADE: a sociedade está corrompida e o aluno é alvo desta. 
  • ESTRUTURA ESCOLAR: a escola é ruim, os professores são mal formados.


Com visões como estas, fica muito difícil enxergarmos as causas do problema chamado fracasso escolar. Isso por que, o fracasso escolar está em dimensões muito mais complexas. Nesta vídeo aula, foram apresentadas algumas interfaces que merecem mais atenção de todos nós (sociedade) a fim de melhorarmos o quadro atual da educação:

Aluno & Mundo: Os valores da sociedade capitalista, atualmente, tem entrado em conflito direto com o valor do conhecimento. Nesta sociedade, o dinheiro tem valor maior que o conhecimento e o aluno está diante desta realidade. Talvez não se consiga mudar o valor que o lucro, o dinheiro têm no atual contexto, mas o professor deve prezar o resgate do valor do conhecimento, como um bem prazeroso e necessário. 

Mundo x Escola: O mundo e a sociedade passaram por profundas transformações, entrand em choque com uma escola retrógrada e estagnada, que ainda mantém padrões de séculos passados. A escola se apresenta fechada pra este novo mundo, implicando em dois fatores muito fortes como: o cotidiano escolar ser diferente da vida e ter uma aprendizagem oclusa, sem significado ou aplicação na vida do aluno. O conteúdo precisa estar relacionado para o mundo do aluno, para que este reconheça o valor do conhecimento.

Escola x Aluno: Esta interface têm relação direta com a METODOLOGIA utilizada hoje. Professores precisam rever algumas  práticas mecânicas, que podem visar o ensino/aprendizagem, mas esquecem o valor deste, o seu prazer. Falta dialogia entre professores e alunos, gerando frustração e incompreensão em ambas as partes. É preciso, também, respeito à diversidade existente nas escolas, pois assim são evitadas  práticas discriminatórias.
 


Nós, como professores e agentes expressivos no contexto educacional atual, precisamos rever nossas ações afim de resolvermos o problema que é o fracasso escolar e não procurarmos culpados. E se não procuramos, é necessário então que nossas ações sejam claras para a transformação deste quadro, como: entender o mundo do aluno, ter ações em prol da aprendizagem, ajustar a metodologia utilizada às habilidades dos alunos e praticar/difundir a valorização do saber, escolas e professores. Só assim é possível a reversão desta realidade ou a transformação daquele aluno que aprende sem prazer, sem formar-se cidadão crítico. Ao invés de culpar é necessário resolver.

Para finalizar, segue esta imagem que está completamente fora do cotidiano escolar, mas que apresenta um dos grandes problemas enfrentados pela educação.


Vídeo-aula 12: Como vem sendo organizada a educação especial no país??


DISCIPLINA: "EDUCAÇÃO ESPECIAL/INCLUSIVA: POSSIBILIDADES, AVANÇOS E DESAFIOS".


A organização da Educação Especial segue a seguinte cronologia:


1891 - Instituto Benjamim Constant / Educação para cegos.

1957 - Instituto Nacional de Educação para os Surdos

Estas instituições seguiam o modelo frances de educação. Eram escolas residenciais (alunos de 7-14 anos), para formação profissionalizante e com professores especializados.
Deficientes mentais: ligados aos hospitais, exclusão social, apenas a area da saude seriam capazes de lidar com esses individuos.

Transformação na Educação Especial: Décadas de 1960 à 1980.
Educação ainda baseada na visão médica e assistencial.

A partir da LDB/81: Integração da saúde com a educação.
- Escolas especiais: Espaços para determinadas deficiencias que contavam com profissionais da saúde que orientavam a atividade pedagógica; programas curriculares reduzidos por "enxergar" a incapacidade do aluno; materiais didáticos especiais e sem a busca pelo desenvolvimento do raciocínio.
* Surdo: Busca pelo aprendizado da fala para desenvolvimento da escrita e cada série com duração de dois anos.
- Salas especiais: Espaços dentro da escola que eram destinadas a alunos especiais, com diversas faixas etárias e graus de desenvolvimento,  separadamente dos demais alunos.
- Instituições especializadas: Inicialmente com déficit intelectual, mais tarde integrando cegos e surdo. Contam com profissionais da saúde como parceiros dos profissionais da educação.

Nestes espaços, os alunos não recebiam certificação e, assim, tinham dificuldade em se inserir na sociedade e no mercado de trabalho.

Principio da integração: Estudar em escolas regulares, ambientes inclusivos, materiais didáticos iguais. Ficava imposta aos demais alunos a integração do aluno especial.

Integração: Educação com qualidade para todos.
Formação dos profissionais; Acessibilidade arquitetonica; Apoio especializado em outros turnos;

Atualmente, a inclusão tem sido vista apenas como meio de socialização e não de formação. É necessário que, em sala de aula, os alunos especiais tenham atividades adequadas às suas habilidades de acordo com a sua necessidade, visando o seu desenvolvimento pleno. O apoio especializado em diferente turno da aula também é preciso, assim como o comprometimento do professor em sala.

Eu tenho alunos de inclusão nas escolas que atuo e gostaria de compartilhar uma situação em especial: Um dos meus alunos tem disgrafia e TDAH. Não há diagnostico médico, mas todos nós professores já conseguimos identificar suas dificuldades e as características de sua deficiência. Em conjunto, o corpo docente procurou os pais para sugerir que procurassem um profissional para diagnóstico. Isso porque a escola EXIGE que o aluno tenha LAUDO MÉDICO para que seja enquadrado na "categoria"(pois é desta maneira que a direção enxerga) de NEE. Mas minha preocupação vai mais além. Os pais se recusam a levar o aluno à um profissional. Eu sempre tive a visão deste aluno como a de uma criança que teria inúmeras dificuldades de aprendizado pois, sempre que eu passava algo na lousa, ele não escrevia direito e era impossível compreender a sua escrita (nem ele mesmo entende). As primeiras provas confirmaram minha visão. O aluno teve notas baixíssimas e cada vez o via mais desmotivado. Um dia decidi realizar uma atividade diferente: Em grupos, os alunos fariam uma redação única sobre algumas guerras ocorridas no século XX. Foi quando eu me surpreendi. Este aluno adorava guerras e conhecia tudo o que havia acontecido nas duas Grandes Guerras e ele contava para os colegas de classe as histórias com riqueza de detalhes. Vi, ali e naquele momento, um aluno sendo desperdiçado pela burocracia e gestão escolar. Um aluno como este, se realizasse suas provas oralmente, poderia obter excelentes resultados. Levei a questão à coordenação, mas não obtive sucesso: "O aluno precisa ter laudo médico para que realize suas atividades e avaliações de forma diferente dos demais.".
Sinceramente, não sei se a instituição está errada ou se os pais estão errados. O que me aflige é que eu sei como obter melhores resultados deste aluno e não posso colocar em prática isso. E o que me preocupa é que, diante deste impasse, quem perde é o aluno e possivelmente este mesmo aluno não encontrará na educação sua formação, levando ele a simplesmente cumprir uma obrigação.

A revisão da gestão escolar, dos conteúdos curriculares e da educação inclusiva é uma necessidade IMEDIATA e, principalmente, fundamental pra formação de uma sociedade democrática.
Para reflexão, ao invés de imaginar uma sala de aula inclusiva... Imagine uma sala dos professores como a exposta na imagem abaixo. E se fosse qualquer um deles?